"Farewell" para mim é uma das palavras mais lindas (sonoramente) da língua inglesa, que adoro. Parece conter toda a saudade que é inexprimível em inglês, porque não existe essa palavra saudade.
Também é o título de um poema do genial Pablo Neruda, do primeiro livro dele, publicado em 1923, quando o sujeito tinha apenas dezenove anos. Neruda é, ao lado de Drummond, de Amichai, de Ginsberg, a própria voz da poesia no século vinte.
Hoje, por acaso, tomei em minhas mãos o meu exemplar surrado do "Crepusculário" (o tal primeiro livro) e ao abrir, aleatoriamente, deparei-me com o poema, cujo fragmento que mais me toca, sempre, transcrevo abaixo:
"Amo el amor de los marineros
que besan y se van.
Dejan una promesa
No vuelven nunca más.
En cada puerto una mujer espera:
los marineros besan y se van.
Una noche se acuestan con la muerte
en el lecho del mar."
Usando meu parco espanhol, ouso arriscar uma traduçãozinha, como se precisasse. (Vai que há algum leitor com o espanhol ainda mais parco do que o meu...)
"Amo o amor dos marinheiros
que beijam e se vão.
Deixam uma promessa
Não voltam nunca mais.
Em cada porto uma mulher espera:
os marinheiros beijam e se vão.
Uma noite dormirão com a morte
em seu leito de mar."
Em tempo: prometo, para breve, tornar a publicar alguma coisa inédita, original se possível. Chega de traças. Farewell.